Pesquisadores desenvolvem tecnologia capaz de proteger abelhas de inseticidas

Pesquisadores da Universidade de Cornell desenvolveram micropartículas enzimáticas capazes de proteger abelhas contra inseticidas organofosforados. Inspirada no pólen, a tecnologia demonstrou 100% de eficácia na sobrevivência das abelhas tratadas, representando uma solução promissora para preservar a polinização e a segurança alimentar.

Tecnologia capaz de proteger abelhas de inseticida é desenvolvida e pode ajudar aos produtores de mel e ao meio ambiente

Pesquisadores liderados por Jing Chen do Departamento de Engenharia Biológica e Ambiental, da Universidade de Cornell – EUA desenvolveram uma tecnologia capaz de proteger abelhas de inseticidas com organofosforados. Sua pesquisa foi publicada na revista nature food com o título “Pollen-Inspired Enzymatic Microparticles to Reduce Organophosphate Toxicity in Managed Pollinators“.

Os organofosforados são um grupo muito usado de inseticidas aos quais as abelhas podem ser expostas, especialmente durante a polinização das culturas. A exposição das abelhas a este tipo de inseticida pode levar a morte ou podem prejudicar a aptidão de abelhas silvestres e manejadas, colocando em risco a qualidade da polinização e a segurança alimentar, tendo em vista que a agricultura é dependente das polinizadoras.

Os cientistas encontraram uma estratégia de desintoxicação in vitro que pode ser produzida por qualquer empresa e com um baixo custo de produção. A tecnologia desenvolvida consiste em produzir micropartículas do tamanho do polén encapsulando enzimas fosfotriesterase (OPT).

As micropartículas desenvolvidas foram capazes de carrear e proteger o OPT da degradação no intestino da abelha, sendo capaz de agir na desintoxicação promovida pelos organofosforados.

A espécie utilizada no estudo foi a Bombus impatiens e tendo como o inseticida organofosforado o Inseticida Malathion. Os pesquisadores alimentaram dois grupos de abelha com polén contaminados com o inseticida, onde as abelhas tratadas com as micropartículas de OPT demonstraram 100% de sobrevivência, já as abelhas que não receberam o tratamento morreram em sua totalidade. Assim, os efeitos prejudiciais do Inseticida Malathion foram eliminados quando as abelhas consumiram as micropartículas de OPT.

Os pesquisadores indicaram o tratamento para ser integrado em criatórios de abelhas adicionando as micropartículas de OPT em alimentos suplementares para abelhas tendo como objetivo reduzir o risco de inseticidas organofosforados.