As folhas da Mangifera indica L., mais conhecida como mangueira, estão chamando a atenção da ciência por seu potencial nutricional e terapêutico. Um estudo recente analisou em profundidade o pó das folhas da mangueira, revelando uma rica composição química e propriedades funcionais promissoras para uso industrial.
A pesquisa demonstrou que o pó obtido das folhas contém carboidratos (cerca de 50%), além de proteínas (18%), fibras (8,5%) e lipídios (4,5%). Esses dados mostram seu valor nutricional, mas o estudo foi além: avaliou também suas propriedades técnico-funcionais, como capacidade de absorver água e óleo, formação de espuma, solubilidade, densidade e estabilidade térmica.
A caracterização físico-química foi realizada por meio de técnicas avançadas como FTIR, TGA, DRX e MEV, permitindo identificar grupos funcionais, estabilidade térmica, estrutura cristalina e morfologia da superfície do pó. Esses dados reforçam a viabilidade do uso das folhas como insumo em formulações farmacêuticas, alimentos funcionais e cosméticos.
A presença de compostos bioativos — como mangiferina, flavonoides, taninos e ácidos fenólicos — confere ao extrato de folha de manga ações antioxidante, anti-inflamatória, antitumoral, antidiabética e antimicrobiana. Segundo os autores, essas características fazem do pó um ingrediente natural multifuncional com potencial para agregar valor a diversos produtos.
Embora mais pesquisas sejam necessárias, os resultados indicam que as folhas da mangueira, tradicionalmente usadas na medicina popular, agora despontam como recurso estratégico para o desenvolvimento de nutracêuticos, fitoterápicos e alimentos inovadores.
*Imagem ilustrativa! Figuras reais estão no artigo.
Referência: KAUR, Jasjit; KAUSHIK, Deepika; KUMAR, Mukul; BABAGIL, Gülçin Emel; AMAROWICZ, Ryszard; PROESTOS, Charalampos; OZ, Emel; OZ, Fatih; ESATBEYOGLU, Tuba; BORDIGA, Matteo.
Análise e caracterização abrangentes do pó da folha de Mangifera indica L. Food Science and Nutrition, v. 13, n. 6, p. e70083, jun. 2025. Disponível em: https://doi.org/10.1002/fsn3.70083. Acesso em: 24 jun. 2025.