A microencapsulação de compostos fenólicos alimentares tem se destacado nas pesquisas científicas devido à sua
capacidade de preservar e potencializar os benefícios bioativos desses compostos, reconhecidos por propriedades antioxidantes, antiinflamatórias e antimicrobianas. Por serem sensíveis a fatores como luz, pH e temperatura, a microencapsulação oferece proteção e
liberação controlada, ampliando sua aplicação em diferentes indústrias. Este estudo bibliométrico teve como objetivo mapear a
produção científica global sobre essa técnica entre 2014 e 2023, identificando países, instituições, áreas de pesquisa mais produtivas
e tendências emergentes. Os dados foram coletados na plataforma Web of Science, abrangendo artigos e revisões. Ferramentas como
VOSviewer, SPSS e Excel foram usadas para processar os dados, identificar redes de colaboração e mapear termos emergentes.
Conclui-se que o Brasil desta-se como o país com maior número de publicações e citações, seguido por Irã, Itália e Portugal. As
principais áreas de pesquisa incluíram Ciência e Tecnologia de Alimentos, Química e Engenharia, enquanto os periódicos de maior
relevância foram Food Research International, Journal of Food Science, LWT – Food Science and Technology e Food
Hydrocolloids. As tendências apontaram avanços em métodos de encapsulação, estudos de biodisponibilidade e sinergias entre
compostos fenólicos e probióticos, especialmente para benefícios à saúde intestinal. Apesar de uma leve redução nas publicações após
2022, o interesse na área permanece elevado, com potencial para inovações nas indústrias alimentícia, farmacêutica e cosmética.
O estudo teve por objetivo valorizar as sementes de Inga laurina (Sw.) Willd por
meio da otimização das condições de extração dos seus compostos bioativos fazendo-se uso
da tecnologia sustentável de ultrassom, além de compará-la com o método convencional.
Frutos de I. laurina Willd foram colhidos e as suas sementes separadas e submetidas à pré-
secagem, moagem, peneiramento e acondicionamento. Em seguida, realizou-se a extração
dos compostos fenólicos, flavonoides e capacidade antioxidante por meio dos métodos de
extração convencional por maceração e emergente por sonda ultrassônica a 20 kHz e 130
W, determinação e quantificação destes. Ao utilizar o método de maceração obteve-se
maiores concentrações de compostos bioativos nas condições de 70 ºC, 0,5 g de amostra,
70% de etanol e 35 min, sendo iguais a 110,86 ± 2,21 mg EAG g-1 de compostos fenólicos
totais, 28,75 ± 0,55 mg EQ g-1 de flavonoides totais, 43,41 ± 1,44 µmol TEAC g-1 de
capacidade antioxidante e 7,02 ± 2,33 mg mL-1 para IC50. Sob as mesmas condições ótimas
de extração por maceração, porém durante 15 min, obteve-se as maiores concentrações de
bioativos por sonda ultrassônica, sendo estas iguais a 140,21 ± 0,05 mg EAG g-1, 46,12 ±
1,53 mg EQ g-1, 63,05 ± 2,90 µmol TEAC g-1 e 3,74 ± 0,94 mg mL-1 para compostos
fenólicos, flavonoides totais, capacidade antioxidante e IC50, respectivamente. A sonda
ultrassônica, em comparação com o método convencional, demonstrou ser eficiente na
extração de compostos bioativos das sementes de I. laurina.