Encapsulamento de Extrato de Placenta Suína: Alternativa Funcional com Potencial Terapêutico

O estudo desenvolveu microesferas de alginato com extrato de placenta suína, destacando a formulação F2 por sua alta eficiência de encapsulamento, estabilidade e liberação controlada. As microcápsulas mostraram ação antioxidante e anti-inflamatória, sendo uma alternativa funcional e sustentável para uso na indústria alimentícia e farmacêutica. Ainda há desafios quanto à escalabilidade do processo.

Pesquisadores desenvolveram uma técnica inovadora para encapsular extratos de placenta suína em microesferas de alginato, com o objetivo de ampliar sua aplicação na indústria alimentícia e farmacêutica. O estudo, publicado recentemente, mostrou que o extrato é rico em proteínas e apresenta propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias significativas.

Por meio da técnica de gelificação ionotrópica, os autores produziram microcápsulas estáveis que protegem o extrato das condições adversas do trato gastrointestinal, promovendo uma liberação sustentada e eficaz. A formulação ideal (F2) demonstrou alta eficiência de encapsulamento (99,72%) e estabilidade por mais de 120 dias a 25 °C.

O uso da placenta suína, muitas vezes descartada como resíduo agroindustrial, surge como uma alternativa ética e biologicamente compatível ao uso da placenta humana ou bovina, especialmente considerando seu potencial como ingrediente funcional em alimentos e produtos terapêuticos.

Entre as três formulações testadas, a F2 se destacou por apresentar liberação prolongada sob condições simuladas do trato gastrointestinal, com microesferas de aproximadamente 15 μm. Essa liberação controlada favorece a biodisponibilidade dos compostos bioativos e pode melhorar a absorção de nutrientes.

A formulação F2 também demonstrou efeitos antioxidantes acentuados, com valores de IC50 competitivos, e atividade anti-inflamatória, evidenciada pela inibição de óxido nítrico (NO) e citocinas inflamatórias (IL-6, IL-8 e TNF-α). O desempenho superior é atribuído, em parte, à adição de quitosana, que potencializa a ação antioxidante.

O estudo conclui que a formulação F2 é a mais promissora para uso industrial, especialmente como aditivo funcional na alimentação de leitões, promovendo saúde animal e sustentabilidade ao valorizar um subproduto comumente descartado. Contudo, os pesquisadores apontam desafios na escalabilidade e na viabilidade econômica do processo, destacando a necessidade de futuras melhorias em produção e infraestrutura.

*Imagem ilustrativa! Figuras reais estão no artigo.

Referência: Anukul Taweechaipaisankul, Nutthanit Thumrongsiri, Walailuk Chonniyom, Paweena Dana, Prattana Tanyapanyachon, Monthira Rattanatayarom, Wannapa Chinchoosak, Nattika Saengkrit,
Alginate-based encapsulation of porcine placenta extract: Preparation, enteric sustained release, biological activities, and stability,
Food Hydrocolloids for Health, Volume 7, 2025, 100194, ISSN 2667-0259, https://doi.org/10.1016/j.fhfh.2024.100194.
(https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2667025924000190)

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