O Queijo Minas Artesanal (QMA) possui um modo de fazer tradicional. Em
muitas microrregiões, é a base de subsistência do agronegócio familiar e a falta de
conhecimento e treinamentos do produtor, pode induzir a produção com possíveis falhas
higiênicas. Deste modo, o objetivo deste trabalho foi analisar amostras de queijos frescos e
maturados de dois produtores da região do Campo das Vertentes, em relação a presença de
estafilococos coagulase positivo, conforme parâmetros estabelecidos pela legislação
vigente, ambos os queijos analisados em distinção ao centro e a casca da sua massa, em
duas datas, sendo no período do verão e no período do inverno, de 2023. Alíquotas do
QMA foram homogeneizados em solução conforme metodologia específica e seguiram
para análise microbiológica e teste de coagulase, para confirmação da identificação dos
microrganismos. Esses isolados foram também identificados por MALDI-TOF MS. Os
queijos maturados do produtor G, no inverno, e do produtor M no verão, nas regiões
centrais, apresentaram contagem acima do estabelecido pela legislação, 1,4 x103 e 3,5 x103
UFC/g, respectivamente, sem diferença significativa entre produtores ou em virtude da
sazonalidade. Staphylococcus aureus foram confirmados nas amostras de queijos frescos e
maturados pela técnica de identificação do perfil proteico, MALDI-TOF MS, mostrando a
importância da combinação entre técnicas dependentes e independentes de cultivo, para
confirmação da segurança de produtos. A origem da contaminação pode ser por falta de
higiene dos manipuladores ou como agente etiológico da mastite clínica, demandando
acompanhamento do rebanho e boas práticas de fabricação.