O Brasil tem na agropecuária leiteira uma das suas principais atividades
econômicas, sendo considerado o quinto maior produtor mundial de leite. O Estado de
Goiás está na sexta posição em relação à captação de leite nacional. É necessário o
monitoramento da qualidade físico-química do leite bem como o desenvolvimento de Boas
Práticas Agropecuários dos produtores rurais a fim de cumprir a legislação vigente e
melhoria constante da qualidade do leite cru. Objetivou-se avaliar a composição físicoquímica do leite cru de vinte e duas vacas de uma propriedade rural localizada na Região
Sul do Estado de Goiás. Verificou-se resultados inferiores aos exigidos pela legislação,
principalmente em relação aos teores de gordura, proteína total, sólidos totais e CCS. Tal
fato, além de não atender às exigências da legislação impacta diretamente na produção de
derivados lácteos, pois proporciona menor rendimento na transformação do leite em
produtos. Esses resultados sugerem que novos experimentos precisam ser conduzidos,
principalmente em relação à busca por melhorias da qualidade físico-química desse leite
Os hidrocoloides desempenham um papel crucial na indústria alimentícia,
especialmente na formulação de iogurtes, devido às suas propriedades de espessamento,
gelificação e estabilização. Este artigo revisa os avanços no uso de hidrocoloides para
melhorar as propriedades tecnológicas e texturais de iogurtes, com foco no potencial do
hidrocoloide extraído de ora-pro-nóbis (OPN). Para a revisão, foram selecionados artigos
publicados entre 2010 e 2024 em bases de dados como PubMed, Scopus e Web of Science,
utilizando termos de busca como “hydrocolloids”, “Pereskia aculeata”, “goat milk yogurt”
e “Greek yogurt texture”. Foram incluídos estudos sobre propriedades tecnológicas,
texturais e nutricionais de iogurtes contendo hidrocoloides naturais, com ênfase nos que
abordam o uso do OPN. A literatura destaca a aplicação de hidrocoloides naturais, como o
de OPN, no aprimoramento de atributos sensoriais, estabilidade e consistência de produtos
lácteos, incluindo o iogurte caprino tipo grego. Além disso, são discutidos os benefícios do
leite de cabra como matéria-prima para produtos lácteos, considerando suas características
nutricionais e hipoalergênicas. O uso de hidrocoloides de origem vegetal, como o de OPN,
representa uma inovação promissora para o desenvolvimento de produtos saudáveis,
sustentáveis e de alta qualidade na indústria de laticínios
Este capítulo de livro teve como objetivo verificar e aplicar informações na área
de caprinocultura leiteira. A caprinocultura é uma importante área de produção
agropecuária, onde demonstra grande potencial tanto produtivo quanto consumidor. No
Brasil a maior parte do rebanho de caprinos está localizado na região nordeste, isto muito
pelo fator que os animais terem se adaptado à região e por terem sido trazidos pelos
colonizadores, e consequentemente influencia diretamente na situação econômica da
região. O leite de cabra possui uma alta aceitabilidade devido suas características
nutricionais e digestibilidade, sendo uma alternativa para pessoas com intolerância ao leite
de vaca, por ser rico em ácidos graxos de cadeia curta e média. A produção de carne de
caprinos é uma fonte importante e acessível para a população nordestina, onde apresenta
boas características nutricionais, tanto em teores de gordura, proteína e minerais. Além de
oferecer diversificação da pecuária, pode oferecer benefícios econômicos e significativos
para pequenos agricultores.
A oliveira (Olea eruropeae L.) é uma árvore bastante cultivada, seu fruto, a
azeitona, pode ser consumido em conserva ou ter extraído o óleo, conhecido como o
azeite de oliva, que tem diversos benefícios para saúde como por exemplo o aumento do
“colesterol bom” (lipoproteína de alta densidade – HDL) e a prevenção de doenças
cardiovasculares. O azeite é constituído diversos por ácidos graxos, com o ácido oleico
(C18:1), um ácido graxo ômega 9, monoinsaturado, que está presente em maior
quantidade. O presente trabalho tem como objetivo analisar os perfis de ácidos graxos
presentes em amostras de azeites produzidos no Brasil, Portugal e Espanha, com
diferentes variedades de azeitonas e comercializados na região sul do Brasil. As análises
foram realizadas por cromatografia gasosa com detector de ionização de chama (DIC),
para a identificação e quantificação dos ácidos graxos presentes. Os resultados
mostraram variações semelhantes entre as amostras, como valores para C14:0
(Mirístico) com uma variação de 0,01 a 0,02%, C16:1 (Palmitoleico) de 0,94 a 2,00%,
C18:0 (Esteárico) 2,00 a 3,40%, C18:1 (Oleico) de 68,65 a 74,22%, e C18:2 (Linoleico)
de 5,66 a 9,55%. Estes resultados estão em conformidade com pesquisas reportadas na
literatura científica, critérios e padrões de identidade e qualidade e normas alimentares
internacionais. Essas variedades, cultivadas em diferentes regiões e sob diversas
condições agronômicas, influenciaram os perfis lipídicos dos azeites.